Escola de Educadores
Aprendizagem

Neurociência na prática: como apoiar alunos dispersos e neurodivergentes em sala de aula

18/09/2025

Você já se sentiu despreparado para lidar com alunos que parecem sempre distraídos ou que apresentam formas diferentes de aprender?

 

Se a resposta for sim, saiba que você não está sozinho. Segundo pesquisas, 80% dos professores afirmam não ter recebido formação adequada para lidar com a neurodivergência em sala de aula.

 

 

Ao mesmo tempo, a neurociência educacional vem mostrando que adaptar o ensino às diferentes formas de funcionamento do cérebro não é apenas possível — é essencial. Com as estratégias certas, o engajamento dos estudantes pode ser até três vezes maior.

 

O que é neurociência educacional?

A neurociência educacional é o campo que conecta os estudos sobre o cérebro às práticas pedagógicas. Em outras palavras, ela nos ajuda a compreender como realmente aprendemos — e como podemos adaptar o ensino para ser inclusivo e eficaz para todos.

Isso significa reconhecer a neurodiversidade: as diferenças naturais no funcionamento cerebral que fazem com que alguns alunos tenham mais desafios em concentração, leitura, organização ou socialização. Entre os exemplos mais comuns estão:

 

  • TDAH: dificuldade de foco, mas também grande criatividade e capacidade de hiperfoco.

  • TEA: diferenças na comunicação e sensibilidade a estímulos, mas também atenção a detalhes e raciocínio lógico elevado.

  • Dislexia: desafios na leitura e escrita, mas habilidades visuais e criativas excepcionais.

  • Discalculia: dificuldades com números, mas boa capacidade em outras áreas cognitivas.

 

Dispersão x Neurodivergência: qual a diferença?

É importante distinguir quando um aluno está apenas disperso de quando ele é neurodivergente.

  • Dispersão: dificuldade temporária de foco, muitas vezes causada por fatores emocionais, ambientais ou até mesmo sono e alimentação.

Entender essa diferença é o primeiro passo para não confundir falta de atenção momentânea com um perfil neurológico que merece estratégias personalizadas.

 

Estratégias práticas que funcionam

O guia Neurociência na Prática para Alunos Dispersos e Neurodivergentes (2024) apresenta várias técnicas simples, baseadas em ciência, que podem transformar a rotina da sala de aula:

 

  • Estrutura e rotina visual: checklists, quadros e timers ajudam alunos com TDAH a se organizar.

  • Rotinas previsíveis e apoio visual: no TEA, diminuem a ansiedade e aumentam a autonomia.

  • Abordagens multissensoriais: na dislexia, misturar leitura em voz alta, imagens e escrita tátil potencializa a aprendizagem.

  • Brain breaks: pequenas pausas com movimento ou respiração melhoram a concentração de todos, não só dos neurodivergentes.

  • Cantinho da calma: um espaço de autorregulação emocional que substitui punições por cuidado e autoconsciência.

 

 

O papel do Professor

Mais do que transmissor de conteúdo, o professor atua como:

 

  • Observador: identifica padrões e necessidades.

  • Facilitador: cria pontes entre conteúdos e formas de aprender.

  • Apoiador: oferece suporte acadêmico e emocional.

 

Conclusão: cada mente importa

Aplicar estratégias neuroeducacionais não significa apenas melhorar o rendimento escolar. Significa também aumentar a autoestima, reduzir a exclusão e potencializar os talentos únicos de cada aluno.

Seja com pequenas mudanças no dia a dia ou com projetos de longo prazo, o compromisso é o mesmo: construir uma educação que celebre a diversidade e prepare os alunos para um futuro mais humano, empático e inclusivo.
 

Que tal começar hoje mesmo? Escolha uma das estratégias e teste em sala de aula. O primeiro passo pode transformar não só a experiência do seu aluno, mas também a sua forma de ensinar.

 

 

Referência

NEUROCIÊNCIA NA PRÁTICA PARA ALUNOS DISPERSOS E NEURODIVERGENTES. O guia completo que vai transformar sua prática pedagógica. 2024.